Joaquim Barbosa vai entrar no jogo contra Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes e Moro |
Por: Walter Brito
No dia 19 de novembro, às vésperas da data nacional da Consciênia Negra, reunimos lideranças importantes de nossa causa - que é nobre! Foram pessoas que querem um Brasil igual e sem fronteiras. Portanto, participaram presencialmente e por meio do vídeo, do lançamento do "Comitê Suprapartidário Joaquim Barbosa Presidente do Brasil": negros, brancos, amarelos e indígenas, bem como cidadãs e cidadãos inscritos em diversas agremiações partidárias e do centro, direita e esquerda.
O evento ocorreu durante um almoço no Restaurante Africano Biyou'z, de propiedade da Chef internacional Melanito, localizado na Rua Fernando de Albuquerque, 95, entre os bairros da Consolação e Jardins em São Paulo-SP.
O Brasil tem uma dívida histórica com a comunidade negra, pois a abolição da escravatura ocorrida no dia 13 de maio de 1888 se deu de forma equivocada, pois jogaram a comunidade negra nas ruas, sem lenço, sem documentos e sem nenhum preparo para exercer funções na zona urbana. Consequência disso é: a maioria dos analfabetos, dos presidiários, dos desdentados, pés descalços e descamisados e 70% dos que morreram em consequência da Pandemia da Covid 19, bem como a minoria no Congresso Nacional, na Academia Brasileira de Letras, nos altos cargos da República e da iniciativa privada. Joaquim Barbosa foi o primeiro e único negro a ocupar um lugar na Suprema Corte e de forma inconteste - na opinião dos diversos Brasis, ele cumpriu o seu papel com inteligência, sabedoria, conhecimento de causa, sensibilidade e honestidade.
Ele é para nós afrodescendentes símbolo de lutas, conquistas e vitórias. Representamos sim, 54% da população do Brasil. Entretanto, a causa negra é dos 215 milhões de brasileiros de todos os cantos, independentemente da cor da pele. Tal qual Barack Obama que se tornou presidente do país mais poderoso do planeta Terra, os EUA com votos de todas as classes sociais e etnias. Além disso, nós que fomos o último país a dar liberdade para os escravos, filhos da Mãe África, obviamente precisamos eleger para presidente do Brasil, o filho de dona Benedita e da histórica cidade quilombola, a nossa Paracatu em Minas Gerais. Certamente, o negão que fala fluentemente alemão, inglês, francês, espanhol, árabe e até aramaico, orgulhará sobremaneira o Brasil e o resto do mundo.
Por outro lado, sabemos que política é coisa de profissional e os dois profissionais da política, Lula e Bolsonaro, lideram as pesquisas para presidente do Brasil, desde o início do governo do Capitão. Enquanto Bolsonaro ocupava os holofotes que um país de dimensões continentais como o Brasil oferece ao ocupante da cadeira 01 do Palácio do Planalto, o filho de dona Lindu ocupava a segunda cela mais famosa do mundo, depois da Cela de Mandela na África do Sul, onde Madiba permaneceu por 27 anos. Do cárcere de Curitiba, com torcida organizada e tudo, o marqueteiro de Garanhus em Pernambuco, que tem como talismã o número 13, ficou preso exatos 580 dias, o que não foi uma simples coincidência, foi marqueting puro dos pensadores da campanha de 2022 do irmão do Frei Chico, pois cinco mais 8 na matemática e somados dá exatamente o 13 do PT, que a saudosa primeira-dama Marisa Letícia escreveu em letras garrafais e junto com a estrela vermelha nos jardins do Palácio da Alvorada. Claro, qualquer brasileiro com pouca ou nenhuma informação sabe que os dois líderes acima referidos, o operário e o mito - estão em capanha permanente, desde sempre! Quando o assunto fica escasso, eles apelam para as torcidas do Corinthians e do Palmeiras. Por isso, estão na frente em todas as pesquisas quantitativas, tal qual o saudoso Iris Rezende Machado na disputa para o Palácio das Esmeraldas em 1988. Faltando oito meses para o pleito, o instituto de pesquisas de propriedade deste escriba à época, identificou, a pedido de Marconi Perillo, por meio de pesquisa quantitativa, que este tinha apenas 2% de intenção de votos e o Iris 80%. Por outro lado, mostramos para o Marconi e o seu mentor, o saudoso ex-deputado federal Fernando Cunha, que a verdadeira pesquisa que valia de fato, oito meses antes do pleito, era a qualitativa que tínhamos feito em todas as regiões de Goiás. Esta indicava a vontade dos goianos de todos os rincões em votar no novo, que era o Perillo em todos os sentidos. Por isso, todos se animaram, inclusive o Caiado, que era o maior incentivador da campanha do jovem Marconi Perillo, que 15 anos antes tinha exercido as funções de office-boy do gabinete parlamentar de meu amigo de infância em Formosa-GO, o então deputado Ivan Ornellas. Marconi venceu a eleição pela primeira em 1998, 110 anos após a abolição da escravatura!
Analisando friamente o quadro políco do Brasil, Moro, Joaquim Barbosa e Ciro Gomes estão no páreo. Embora para os petistas Moro seja o carrasco do Lula. Os 30% que Lula tem quando inicia a disputa, os cientistas políticos sérios de plantão acreditam que vão murchar. Os outros vinte e tantos do Bolsonaro são imprevisíveis. O velho ditado diz: "Igual massa de pão - quanto mais bate ele cresce". Os mesmos cientistas políticos acreditam que a guerra da grande imprensa, sob o comando da Rede Globo e Folha de São Paulo, poderá dar com os burros n'água e o feitiço se virar contra o feiticeiro, ou seja, o Bolsonaro, de tanto apanhar, poderá superar a barreira dos 40% de intenção de votos ainda no primeiro turno.
Embora amador na política, o time de Moro é de profissionais competentes do mundo da política, economia e magistratura, tais como o senador Álvaro Dias, que no ponto alto de sua campanha presidencial em 2018 alcançou 9% de inteção de votos, além de sua bela trajetória como governador do Paraná e senador da República. Na economia está com o Moro o gênio Affonso Celso Pastore. Eliana Calmon terá uma função árdua que será unir a magistratura, a advocacia e os operadores do direito, de um modo geral, ao projeto do homem que precisa fazer um excelente curso de dicção para estar preparado para a hora certa, especialmente no debate, principalmente se for para o segundo turno. Ciro Gomes desempenhou um importante papel no segundo turno da eleição de 2018, mas para a esquerda cometeu erro crasso, quando trocou no segundo turno o palanque de Haddad pela capital francesa, a Cidade Luz, a famosa Paris. O cearense turrão, que disse que a função da mulher é dormir com ele e perdeu ponto para a negritude em um debate na UnB, terá que se reinventar em 2022, logo ele, que não obedece a marqueteiro. Está no páreo pelo seu preparo intelectual, inteligência inquestionável, experiência em gestão e, sem dúvidas, o melhor debatedor em qualquer palanque no Brasil. Contudo, a eleição de 2022 é a eleição da pandemia, a primeira na história. Como Joaquim Barbosa é considerado por pensadores internacionais que estudam as coisas de nosso país com muita atenção e profissionalismo, inclusive no período triste pelo qual passamos, e o definem como o mais importante ministro que a Suprema Corte Brasileira teve em todos os tempos, além de ter sido, quando ministro, o homem público de maior credibilidade na América Latina, acredito, caso ele se filie a tempo em um partido de centro e se lance pré-candidato ao Palácio do Planalto ainda em 2021, é nome forte para disputar o segundo turno. No PSB, Barbosa será apenas um bom vice para quem tiver mais possibilidades de vencer e se o complicado PSB admitir a composição. É o que acredito.
Nelson Mandela e o então governador do Espírito Santo, o afrodescendente Albuíno Azeredo |
Relembro no final deste artigo a viagem que fiz para o Espirito Santo com Nelson Mandela, no ano glorioso de 1991, quando foi homenageado pelo governador negro do PDT, Albuíno Azeredo, no Estádio Cariacica com dez mil pessoas gritando Madiba presidente.
Ao terminar o meu discurso, como diretor de administração e finanças e presidente interino da Fundação Cultural Palmares e representando o presidente da República Fernando Collor de Mello, Mandiba, de braços dados com sua então esposa Winnie, disse-me: "Parabéns, guerreiro do Brasil. Saio daqui para ser presidente da África do Sul. Sinto que nos próximos 20 anos o Brasil lançará um candidato competitivo para mudar pra valer o maior país africano fora da Mãe África". Disse Mandiba.
Que Joaquim Barbosa se aconselhe com a sua ex-colega do PSB, a senadora por Brasília Leila do Vôlei. Certamente a campeã de Atenas vai ajudá-lo a interpretar as palavras do grande Madiba!
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