quarta-feira, 1 de março de 2017

JACQUELINE CUNHA LANÇA LIVRO NO PALÁCIO DAS ESMERALDAS

A escritora Jacqueline Cunha e o secretário do Meio Ambiente, dr. Vilmar Rocha

Por: Walter Brito
A doutora Jacqueline Cunha, pedagoga e doutora em educação pela Universidade Lusófona de Tecnologia e Humanidades de Portugal, lançou no dia 16 de fevereiro, no Palácio das Esmeraldas, o livro Entre Sonhos e Esperança, pela Editora Iber Livros, cuja obra foi fundamentada no seu curso de doutora, quando estudou a relação entre as escolas públicas e o meio rural, com foco na Escola Ativa.
É importante ressaltar que o projeto da Escola Ativa foi uma estratégia metodológica com o objetivo de minimizar a reprovação e o abandono da sala de aula pelos alunos das escolas rurais nas Regiões: Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O programa foi desenvolvido especificamente para as classes multisseriadas, onde alunos de diferentes idades e séries realizam suas atividades escolares na mesma sala de aula.
O evento do Palácio das Esmeraldas movimentou professores, intelectuais, amigos da autora, políticos e autoridades, que foram ao requintado Salão Dona Gercina Borges prestigiar o lançamento do livro da professora Jacqueline, que construiu uma bela história na defesa inconteste da escola rural em Goiás. O trabalho da professora goiana observa com muita atenção as vantagens que a Escola Ativa ofereceu, ao ser implantada no Brasil em 1997. Ressaltamos que a escola da zona rural, segundo Jacqueline, pede socorro nos quatro cantos de nosso País. Argumenta a autora que a escola tradicional existente desde os primórdios da educação formal, mesmo com o advento da tecnologia, não avançou como deveria, por isso a implementação da Escola Ativa que teve início na Colômbia.
A professora argumentou ainda na sua exposição para os presentes no Palácio das Esmeraldas, durante o lançamento de sua obra, que o êxodo rural no Brasil contribuiu efetivamente com a decadência das escolas existentes no campo, pois em 1940 a população rural do País era de 80%, enquanto hoje é de 15%, e no estado de Goiás é de apenas 10%. A autora de Entre os Sonhos e a Esperança, que é uma apaixonada pelo fortalecimento da Escola Rural, foi entrevistada pela nossa reportagem, como também os seus convidados: a secretária cidadã, Lêda Borges, deputada estadual e represente da Região Metropolitana de Brasília no governo Marconi Perillo; o ex- deputado federal e secretário do Meio Ambiente, Vilmar Rocha; o deputado estadual dr. Antonio Caetano, o deputado estadual Hélio de Sousa e o professor doutor José Eustáquio Romão, secretário-geral dos Institutos Paulo Freire no mundo.
Secretária cidadã Lêda Borges
Jacqueline fala sobre sua obra, a decadência da escola rural no Brasil e a Escola Ativa:
Questionada pela reportagem sobre o grande número de pessoas que compareceram ao Palácio das Esmeraldas, para prestigiar o lançamento de sua obra, a professora-doutora Jacqueline Cunha disse: “Esse salão Dona Gercina Borges tem um significado especial para mim, pois a dona Gercina foi a melhor amiga de minha vó, a vovó Jandira Cunha, mãe de meu pai. Dona Gercina é uma referência importante da mulher goiana e foi uma lutadora pelo desenvolvimento efetivo de Goiás. Foi aqui também neste salão que o meu tio Fernando Cunha foi velado, quando nos deixou em novembro de 2011. Aqui hoje eu consegui reunir pessoas importantes para mim, tais como amigos de infância, o amigo especial que retratou com muita sabedoria o meu livro, o artista Amauri Menezes; o professor doutor, José Eustáquio Romão, que veio de São Paulo, especialmente para a apresentação de Entre o Sonho e a Esperança; a secretária cidadã Lêda Borges; Vilmar Rocha; a vereadora Cristina Lopes; familiares; colegas de trabalho; parlamentares, entre outros.   Estou muito feliz com tudo isso”, arrematou.
Deputado estadual dr. Antonio (PR)
Pedimos para Jacqueline falar um pouco sobre um dos maiores conhecedores da obra do lendário educador Paulo Freire, o professor doutor  José Eustáquio Romão:  “ O professor Romão é, para mim, só gratidão! Aproveito a reportagem para agradecer-lhe pelo esforço que fez para chegar até aqui hoje. Com a dificuldade enfrentada por ele no trânsito de São Paulo onde mora, ele perdeu o voo; mas conseguiu se encaixar em outro voo e chegar a tempo. Ele me apoia há 20 anos em minha luta pela salvação da escola rural, por meio dos benefícios que a Escola Ativa traz em seu bojo. É uma verdadeira guerra que travamos na defesa dos invisíveis. Além disso, o professor Romão foi um dos jurados de minha tese de doutorado em Portugal, quando tive o prazer de ter como orientador o professor Antônio Osório. São dois grandes incentivadores de meu trabalho há duas décadas”, arrematou Jaqueline.
O jornalista Walter Brito e o professor doutor José Eustáquio Romão
Jacqueline falou também sobre a violência contra as escolas rurais no Brasil: “A escola rural foi abandonada e está em processo acelerado de extinção. É necessário e urgente o resgate dessas escolas, que muitas vezes sustentam o homem no campo. Não justifica crianças passarem quase o dia inteiro dentro de verdadeiros paus de araras, que fazem parte da maioria do transporte dos alunos da zona rural de nosso País. Certamente esses transportes escolares não são seguros, são caríssimos e ainda representam a segunda maior despesa dos municípios. São mais de quatro milhões de crianças sendo transportadas de qualquer maneira no Brasil. Os nossos gestores só enxergam as deficiências desses transportes quando ocorrem fatalidades como a de Santa Fé de Goiás, no ano passado”, disse a professora.
       
A importância da Escola Ativa e o atraso das escolas tradicionais

“Mesmo com o advento da tecnologia na educação, a escola brasileira continua com o mesmo formato, desde os tempos mais remotos. São os alunos sentados nas carteiras enfileiradas e olhando nuquinha com nuquinha, enquanto que o professor à frente com sua eterna lousa e o giz. O sistema tradicional só se preocupa em seguir o conteúdo que é adotado, mas não se preocupa se os alunos estão aprendendo o que é necessário para a vida deles”, criticou a doutora.

Experiência bem-sucedida na Ásia!

A autora do livro lançado na Casa Verde falou de sua experiência internacional como professora: “Fui convidada pela UNICEF em 2009 para dar formação de professores no Timor-Leste, na Ásia. O programa foi exatamente no sentido de trabalhar a metodologia da Escola Ativa. Trata-se de uma metodologia centrada no aluno, quando ele passa a pesquisar, a estudar de sua melhor forma, passa a descobrir coisas com o incentivo de seu mestre, que é um motivador constante. Foi uma experiência fantástica a minha passagem pela Ásia, quando ensinei e consolidei o que aprendi sobre Escola Ativa”, disse.

Atuação no programa: Escola Ativa no Brasil

A professora Jacqueline Cunha Explicou: “O modelo da Escola Ativa iniciou na Colômbia, com o apoio efetivo do Banco Mundial, da UNICEF e UNESCO. Vale lembrar que, em diversos países do mundo, as escolas que adotaram a metodologia da Escola Ativa alcançaram desempenho melhor que o desempenho das escolas públicas urbanas e igual às escolas particulares urbanas, o que mostra um resultado bastante positivo. É sabido que entidades como o Banco Mundial não financiam programas, em que o custo-benefício não atinge a meta determinada por sua diretoria. A Escola Ativa atingiu todas as metas exigidas pelo programa, por isso tem uma metodologia aprovada e vencedora, além de provar que deu certo em diversos países. Basta ser bem aplicado que é sucesso. Em Goiás nós estamos conversando com FAEG, SENAR, Tribunal de Contas dos Municípios, entre outras instituições, pois precisamos ajudar a tirar os nossos municípios das dificuldades em que se encontram, especialmente no que diz respeito à escola rural, onde o transporte escolar da zona rural para a zona urbana é o caos e tem a segunda maior despesa em suas administrações. Além de ser muito oneroso para os municípios, vem causando todos os males que eu disse durante apresentação de nosso livro Entre o Sonho e a Esperança.
A secretária cidadã Lêda Borges tece comentário sobre o livro da amiga Jacqueline: “A Jacqueline além de ser uma pessoa impecável, é também uma profissional de altíssimo nível e ama a educação como poucos. Conheci a Jacqueline há 20 anos e sempre sonhando com novos rumos para a educação de qualidade para Goiás e o Brasil. O seu livro Entre o Sonho e a Esperança, que é o fruto de sua tese de doutorado em Portugal, quando traz para a discussão principal a escola rural, certamente é o coroamento de sua batalha a favor de uma educação de qualidade para todos”, completou Lêda Borges.
O deputado estadual dr. Antonio Caetano (PR) fala sobre a professora e amiga: “A doutora Jacqueline com suas virtudes, sua inteligência e a vontade de mudar para melhor a educação por meio de métodos modernos como o da Escola Ativa, precisa de apoio de todos nós parlamentares, Poder Executivo, iniciativa privada e seus pares na educação. O seu curso de doutorado no exterior e a obra que ela lançou com muito sucesso no Palácio das Esmeraldas são referências importantes para a cultura e o avanço da educação em Goiás. Ela é minha amiga e poderá contar com todo o meu apoio, em sua luta constante pela nova metodologia, que ensina, de fato, o que nossos alunos vão necessitar em suas vidas”, arrematou o deputado.

A declaração do secretário do Meio Ambiente, dr. Vilmar Rocha

“Eu vim aqui para prestigiar minha amiga de longa data, a professora Jacqueline Cunha. Sou seu admirador, pelas suas pesquisas que engrandecem a causa da educação em Goiás e no Brasil. A Jacqueline está sempre divulgando sua visão sobre a Escola Ativa no Brasil. Concordo com ela quando diz que os gestores esqueceram a escola rural, pois passei minha infância em Niquelândia e conheço bem a realidade das escolas rurais, no passado e no presente. Estou com a Jacqueline e vamos contribuir de forma efetiva com seu trabalho a favor da modernização da metodologia escolar”, declarou.
O professor doutor Romão fala sobre a satisfação de apresentar a obra de Jacqueline! “Saí de São Paulo e consegui chegar aqui no Palácio das Esmeraldas a tempo, pois os imprevistos da viagem foram muitos. Vim com muita garra e com muita alegria, pois a Jacqueline é uma das últimas guerreiras na defesa da escola rural. Defender a escola rural não significa defender somente o lugar onde as crianças vão aprender a ler, fazer cálculos e compreender a história do Brasil. A escola rural tem funções mais importantes com a comunidade, que propriamente desempenhar o papel de escola. Ela é escola, mas também muitas outras coisas importantes e fundamentais para a identidade cultural da comunidade rural.
A Jacqueline está certa na tese dela, pois uma escola multisseriada poderá ser um problema administrativo, financeiro e político. O problema da escola multisseriada é um problema de método. O método da educação tradicional, para os métodos propostos pela Jacqueline, a sala de aula pode ser multisseriada e não tem problema nenhum, pois ela vai fazer um trabalho de qualidade. Por outro lado, entendo que é muito difícil funcionar uma escola de qualidade com várias séries e com a mesma professora, no método tradicional. A Escola Ativa proposta pela Jacqueline é defendida em vários países do mundo e deu certo. É uma escola cuja metodologia pode ser conciliada com as novas tecnologias”. Completou.
O professor doutor José Eustáquio Romão foi por 35 anos professor e pró-reitor de uma Universidade Federal em São Paulo e atualmente é secretário-geral dos institutos Paulo Freire no Mundo.  Ele trabalhou por dez anos com o professor Paulo Freire, que é uma lenda da boa educação no Planeta Terra. O doutor Romão trabalhou também outros cinco anos, com o fundador da UnB em Brasília e o seu primeiro reitor, o ex-senador Darcy Ribeiro.  Como se vê, a professora Jacqueline está bem acompanhada e promete levantar a escola rural em Goiás. Palmas para a protetora dos invisíveis e muito sucesso com o seu livro Entre o Sonho e a Esperança.



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