sábado, 31 de dezembro de 2016

O chofer que chegou ao poder em Cristalina!

O CHOFER QUE CHEGOU AO PODER EM CRISTALINA!
Por: Walter Brito
 
Tive a oportunidade de participar da campanha vitoriosa de Leonel de Moura Brizola, quando ele se elegeu governador do Rio de Janeiro em 1982. Nesta ocasião eu trabalhava no IBOPE no período noturno, e durante o dia colaborava com o departamento de pesquisa eleitoral da campanha do Velho Caudilho. Por diversas vezes fui chamado por Brizola para dar opinião sobre os rumos da campanha com fundamento nas pesquisas quantitativas e qualitativas, das quais eu sempre participava. No caso Proconsult: “tentativa de fraude nas eleições de 1982 para impossibilitar a vitória de Leonel Brizola”; eu fui chamado ao apartamento da Avenida Atlântica onde morava Brizola, quando aos 26 anos fui uma das principais vozes que orientaram Brizola para não ser derrotado pela fraude. O motorista de Brizola que foi nos buscar em casa, era chamado pelo governador de Maneco. Entretanto, o seu nome verdadeiro é Manoel Dias, ex-ministro do trabalho do governo brasileiro.
​Por outro lado, em uma manhã do mês de Agosto de 2007, em uma sala do Edifício Conic em Brasília, eu atendi o jovem Valter Tomaz de Sousa, que afirmou: “eu fui motorista do promotor de justiça, Antônio Gomes. Estou aqui para uma nova missão”. Imediatamente eu o encaminhei. Percebi que tal qual o Maneco, aquele jovem parecia querer mais, além do volante de um automóvel. Horas depois ele foi contratado como motorista, cujo trabalho teria seu maior desempenho na capital do cristal e do agronegócio brasileiro. Logo nos identificamos, pois, eu também estava de malas prontas para aquela localidade. Com o passar dos dias naquela importante cidade do Entorno de Brasília, percebi que o Valtinho era bom caráter, trabalhador e cumpridor de seus deveres. Em pouco tempo na atividade como motorista, ele já desempenhava outras funções, entre as quais: conselheiro de seu próprio chefe.
​Durante a campanha municipal de 2008, seu desempenho surpreendeu a todos, pois, ele era a pessoa mais bem informada daquele embate eleitoral. O chofer sabia detalhadamente avaliar, o desempenho de cada pessoa envolvida no processo eleitoral. A partir daí, ele ajudou a tomar decisões importantes a favor do projeto que acreditava. Ao mesmo tempo, o chofer foi conquistando com muito jogo de cintura, a simpatia do povo cristalinense. Com a eleição de seu chefe, o Valtinho tornou-se um chofer poderoso. Entretanto, ele agia com muita prudência. Valter continuava firme e forte, guiando o carro em que trabalhava de forma tranquila: tanto em momentos turbulentos quanto em momentos pacíficos. O motorista o fazia com muita competência e sem permitir que às turbulências atrapalhassem o seu trabalho como condutor de um automóvel e, muitas vezes, equilibrista de uma administração que num momento ou outro, perdia o seu rumo. Humilde e ciente de suas funções como chofer, Valtinho foi devagar com o andor, pois, não podia deixar o Santo cair. Com habilidade e sabedoria, ele foi conhecendo como um verdadeiro autodidata, todos os setores da administração pública. Aprendeu também a contornar situações em momentos que estava absolutamente certo, mas o Poder decidia de forma diversa. Mesmo não concordando com determinadas decisões, ele continuava numa missão, onde o objetivo era beneficiar o povo de Cristalina. Por diversas vezes no confronto de ideias, ele disse-me que abandonaria o barco. Eu o aconselhei a continuar navegando, mesmo que a maré lhe fosse desfavorável. Numa forte tempestade, quando ele exercia suas funções como chofer e com o joelho inchado, oportunidade em que fazia rigoroso tratamento, nos encontramos no bairro Sudoeste em Brasília. Naquela tarde, o aconselhei a continuar navegando, como um bom timoneiro que enfrenta as intempéries e não deixa o seu barco à deriva.
​O guerreiro Valter Tomaz mostrou-se fiel ao seu contratante em 2012, por ocasião do projeto de reeleição de seu grupo político, quando ele e o João Faxinal foram os grandes esteios, que impediram o barco afundar. Com prestígio no novo governo, ele largou o volante e o acelerador e foi pilotar outras pastas: secretária de obras e chefia de gabinete. Em cada função, Valter Tomaz deixou sua marca: da ética, do dinamismo, da honestidade, da paciência, do equilíbrio e realizações.
​Quando disse que seria candidato ao parlamento cristalinense, ele que nunca teve adversários, logo encontrou um exército armado contra o seu projeto. Muitas vezes à surdina. Ele foi sustentado politicamente pelos amigos e amigas que construiu nos seus sete anos de Cristalina. Foi sustentado também pela valorosa família Peixoto. Vale lembrar, que a família Peixoto foi toda para as ruas abraçar um filho seu! Casado com Renata Peixoto, com quem teve a filha Valentina Peixoto, hoje com 4 anos. Renata teve valor inestimável no desafio de seu esposo. Valter também é pai de Heitor Valter Tomaz Miranda, fruto de um relacionamento anterior. O guerreiro arregaçou as mangas da camisa, calçou as botinas e foi para as ruas pedir votos, quando enfrentou de cabeça erguida, os poderosos que fingiam estar ao seu lado: estes, às escondidas pediam votos para outros candidatos.
​O filho de dona Amaria Lima Tomaz de Sousa foi para o combate de uma campanha no interior do Brasil, onde tudo acontece e as traições são tidas como comuns numa disputa eleitoral. Ele fez uma campanha franciscana, mas estruturada com base no discurso da honestidade, trabalho e a favor do povo da cidade de seu coração, onde nasceram seus filhos e sua esposa. O ex-chofer partiu para sua luta incansável de casa em casa. Visitou quase todas as residências de Cristalina: na zona rural e urbana, mesmo aquelas onde seus falsos companheiros indicavam que o voto era garantido e não precisava perder tempo. Ele fez ouvidos moucos e foi em frente. O timoneiro de barcos virou comandante de navios e se agigantou: tocado pela receptividade do povo cristalinense! De voto em voto que pedia com simplicidade, ele chegou ao placar de 638 cristalinenses que o conduziram ao Parlamento daquela importante cidade da Região Metropolitana de Brasília.
Como Maneco largou o volante, para um dia pilotar o Ministério do Trabalho, Valter Tomaz começa a escrever uma nova história na política da cidade de Cristalina. Que Deus abençoe o vereador Valter Tomaz, os demais componentes da nova câmara de vereadores de Cristalina, bem como o novo prefeito Daniel Sabino Vaz, o popular Daniel do Sindicato. Cristalina merece governantes de qualidade!
Valter Tomaz, com sua bela família


sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O BRASIL CHORA JUNTO COM JÔ SOARES E O REI ROBERTO CARLOS!





Programa com Roberto Carlos foi um dos últimos de Jô Soares na Rede Globo: dia de muita emoção para fãs da dupla

Por: Walter Brito

Fragilizados emocionalmente com tanta notícia ruim Brasil afora, acredito que a maioria dos brasileiros que assistiu ao programa do Jô na sexta-feira, dia 9/12/2016, quando ele entrevistou Roberto Carlos: chorou junto com os dois ícones da cultura e do entretenimento nacional. O choro não foi no início e nem no meio do programa, mas no final. Foram lágrimas de muita emoção ao assistirmos as duas feras dos palcos e da televisão, num momento em que estamos órfãos de referências, que nos estimulem e nos deem forças para continuar carregando nas costas, o gigante de 12,712 milhões de quilômetros quadrados.

Quando o músico do Jô, o saxofonista Derico Sciotti; calculou que os dois ídolos tinham juntos 115 anos de carreira, nós passamos a vibrar mais ainda com a vitalidade, a animação e o profissionalismo impecável, da verdadeira dupla brasileira: Jô e Roberto. O provérbio Irlandês diz que: “as lágrimas derramadas são amargas, mas mais amargas são as que não se derramam”. Os telespectadores, tanto do auditório quanto em casa, certamente estavam na ânsia de derramarem suas lágrimas amargas, mas como a revolta é tanta com as infinidades de desmandos no Brasil sem rumo, as lágrimas não caíam.

A fantástica entrevista da última temporada do Jô na Globo, mostrou com palavras simples e de muito afeto: o carinho e a amizade de dois artistas que convivem por quase seis décadas no meio artístico, quando nos ajudaram a atravessar diversas crises políticas e econômicas com uma voz afinada, música genial e uma piada inteligente, aqui e acolá, que obriga o povo a pensar. O respeito e a admiração de um pelo outro, notamos do início ao fim: o olhar, o perguntar, as marcas do tempo no rosto de cada um, que inexistiam na Jovem Guarda. Talvez estes fatores, tenham sido os impulsos para uma choradinha no final do programa, quando Roberto Carlos, que prefere entoar suas canções de pé: permaneceu sentado em reverência ao seu entrevistador.  Emocionado Roberto cantou, dele e de Erasmo Carlos, “Amigo”. 

Ao tirar os óculos, o Jô mostrou intuitivamente para Roberto e os telespectadores, do Brasil e parte do mundo, onde o programa alcança, suas lágrimas.  Logo, nós desabamos em casa e, acredito que boa parte dos brasileiros também, pois foi muita emoção, num momento de crise como a que se apresenta. A crise moral pela qual passa o povo brasileiro é maior que a crise econômica e política. Por isso, acho que a entrevista do Jô com Roberto Carlos, sem falar no assunto dos problemas nacionais, sem sombra de dúvidas foi um momento ímpar, quando o povo se sentiu mais brasileiro e corajoso, inclusive para chorar.

Foi uma entrevista leve, mas cada pergunta e resposta tocaram as pessoas. O Jô fez perguntas simples, inteligentes e que dificilmente se viu com tanta descontração em outras que o Rei concedeu, principalmente no que diz respeito às curiosidades referente à vida do SuperStar.  Apesar de simples, as perguntas vinham com uma certa malícia e, simples, eram também as respostas; além disso, sempre com uma dose de humor e emoção.  Ao dar aula como jogar flores para o público em seus shows, quando está ventando, Roberto ensinou que é preciso saber a intensidade do vento, como também o lugar certo e o momento de jogar a flor. Neste sentido, o Rei falou sobre o vento de cauda, o vento de frente e o vento de través. Jô ficou boquiaberto! O público no silêncio total, pois todos queriam saber os segredos do artista para jogar suas flores.

Roberto respondeu ao Jô sobre o seu dia a dia, o seu controle dos sintomas do TOC. Neste caso do Transtorno Obsessivo Compulsivo, ele disse que melhorou muito, apesar de ainda conferir mais de uma vez, se o seu carro está fechado.  Referente à fase que usou cachimbo, o Rei afirmou que funcionava como muleta. Exemplifica ele: “quando alguém ligava para mim, eu atendia o telefone e dizia ao meu interlocutor -, espere só um pouquinho: - acendia o cachimbo, dava uma baforada e continuava o papo”. O artista parou de usar cachimbo por causa de amigdalite inflamada num período em que colocava voz em um de seus discos nos EUA.

Uma das revelações que deixavam o Brasil intrigado era se Roberto tinha voltado a comer carne. Roberto revelou ao Jô que ficou sem comer carne por 32 anos, mas, orientado pelo seu médico ortomolecular, ele voltou a comer carne de forma moderada. Sobre as badalações da vida noturna, Roberto falou que não sai mais, entretanto na juventude ele saia muito e frequentou a mesma boate frequentada em Copacabana, pelo Jô Soares e a Jovem Guarda nos anos 60. Hoje ele é caseiro e deu a receita da felicidade, quando brincou: a melhor coisa da vida é “ sexo com amor; sexo e depois sorvete”, nesta sequência disse o Rei Roberto Carlos, que se fez de rogado quando o astro da meia noite indagou se ele estava namorando.

Durante Programa, Roberto Carlos fez revelações sobre sua vida privada e relembrou episódios que viveu ao lado de Jô
PERGUNTA

Uma pergunta que mereceu ilustração no telão da Globo foi a foto do Rei e do Ronnie Von nos anos dourados da Jovem Guarda. A foto dos dois foi mostrada, oportunidade em que o Roberto aparecia com seus cabelos longos e encaracolados e Ronnie com sua bela cabeleira lisa. Roberto Carlos disse que passava horas e horas fazendo touca para se apresentar bem, enquanto seu colega não tinha trabalho nenhum. Jô perguntou se Roberto tinha inveja do cabelo de seu amigo. Roberto disse que não. Vale lembrar que os dois cantores na juventude tinham uma certa rivalidade, pois eles disputavam os fãs por meio de suas músicas e dos programas de TV que apresentavam, com os títulos de Rei e Príncipe. Jô insistiu na pergunta e Roberto arrematou, com carinho e elegância: “não tinha nenhuma inveja do Ronnie Von. Naquela época ele fazia sucesso nem só com sua cabeleira, mas com sua beleza física mesmo. Quando cantava suas músicas as meninas vinham ao delírio, especialmente a canção Meu Bem”.

Roberto Carlos ainda falou com muito carinho da sua cidade natal Cachoeiro do Itapemirim, dos sanduiches de Briochão, com ovo e peito de peru, que ele gosta de fazer em sua casa; da biografia de sua vida que vai virar filme.  O cantor também relatou sobre o ritual que ele e o Erasmo Carlos têm para compor suas músicas: “eu janto às 22 horas e alguns minutos depois vou para cama e durmo por uma hora. É o tempo certo para a chegado do Erasmo. Trabalhamos em nossas composições e melodias até alta madrugada. Muitas vezes é na madrugada que surgem as grandes inspirações”. O Rei deixou claro ali, que Erasmo Carlos, além de ser seu maior amigo, é o compositor e parceiro que ele espera ter até o final de sua vida. Depois de tanta adrenalina, Roberto cantou a música “Amigo” sentado ao lado do Jô e o Brasil chorou junto com duas pessoas que de fato merecem o nosso respeito.
A comunidade afrodescendente espera que, quando o Roberto e Erasmo se reunirem para compor, que se lembrem do tema “Mulher Negra”, um dos poucos que ainda não foi reverenciado em suas belas canções. Nesta seara, o poeta e compositor de Brasília-DF-UnB, Antônio Victor: compôs uma música (inédita), que é a cara de Roberto Carlos. Em tempo, Roberto disse antes de se despedir, que foi ele quem pediu para participar do Programa do Jô naquela noite. O Rei deixou transparecer que onde Jô for com o seu programa, ele estará ao seu lado. No dia 16/12, o jornalista, humorista e escritor Jô Soares, se despediu da TV Globo.

Emoções marcaram encontro que, da forma que ocorreu, não deve se repetir mais: Jô já não faz parte da Rede Globo